7 de outubro de 2008

Pensatas midiáticas

Muitos coleguinhas bradam aos sete ventos: "A Web é a mídia colaborativa!", "O jornal já morreu!", "O futuro pertence a Internet!", entre outros gritos de guerra. Entre muita coisa. Mas o ser humano comum não enxerga as coisas com amplitude, ou seja, quem enxerga tudo de forma aberta são justamente os gênios da nossa espécie.

Um detalhe na reunião de pós-produção, no final da cobertura da apuração das eleições no canal NET Cidade me fisgou: Além dos correspondentes designados que estavam em cidades específicas para trazer informações, começaram a surgir pessoas que ligavam para o canal e entravam ao vivo com as informações da sua cidade. Espontâneamente. Isso não é mídia colaborativa? Sim. Com telefones, híbridas, num canal de TV a cabo junto com uma rádio AM. Sim, Amplitude Modulada, aquela inventada durante a Primeira Guerra Mundial. Não é preciso revolucionar os meios para revolucionar os conteúdos. Nem sempre.

***

E já que estamos falando deste assunto de mídia social, porque não dizer que o projeto do voluntariado como um todo, também não é uma delas?

Trazer quem seria apenas um receptor de mensagem como outro qualquer para aprender como a mensagem é transmitida, e assim podendo também transmiti-la.

Projetando lá na frente, como a Internet mexeu com o comportamento das pessoas e como elas se comportam diante a informação hoje, será que um dia a TV será inteiramente do jeito que o voluntariado é hoje?

***

Mas, como tudo que revoluciona, sempre encontra pedras e cabeças de coco no caminho (e os coqueiros que me perdoem pela comparação). Confesso que atualmente eu não sei o que está mais difícil de entender: A função de um jornalista no mercado de hoje e do futuro ou se é a própria cabeça de um jornalista confuso num mundo que ele não é mais o último pedágio até a verdade.

Nessa confusão toda, a gente pode até se confundir a primeira com terceira pessoa do singular, mas infelizmente algumas idéias não mudam de lugar: Enquanto de um lado da batalha tem gente que acha um absurdo um telejornal ter patrocínio, do outro lado da trincheira tem até gente que acha um absurdo as pessoas darem sua opinião, seu tempo, sua liberdade e fazer tudo isso com preço zero.

Acho que perdi uma bela oportunidade de não ter me informado disso antes. Porquê eu não vendi me voto então? Procura por esse artigo eu sei que nunca falta, costuma crescer até de 2 em 2 anos. Porquê também não começar a cobrar pelos serviços de blogs que estão Internet afora? Afinal, a gente pode ganhar uma grana com eles botando anúncios, não?

É que na verdade nós conseguimos em poucos instantes botar um preço numa mercadoria. Mas acabamos precisando de anos pra calcular o valor de algo que não tem preço.

2 comentários:

  1. OI MICAAAAAAAA!
    Show de bola esse post seu... Realmente muitos acham que somos loucos por fazermos um serviço de graça... Mas é ai que entra o q eles não entendem... O voluntariado proporciona um aprendizado que vai durar p/ sempre, sem contar que a experiência adquirida é essencial p/ conseguirmos posteriormente, um espaço no mercado de trabalho! Não é qualquer lugar que aceita uma pessoa que nunca trabalhou, e não sabe sequer atender um telefone e se relacionar com pessoas!! Acho que estamos certos em continuar e incentivar os interessados com este projeto, afinal o Canal NET Cidade fez a gente conhecer pessoas maravilhosas, abriu espaço para nosso crescimento, e nos treinou p/ o mundo la fora!!
    Beijossssssssss
    Suh

    ResponderExcluir
  2. Que orgulho, Mica, que orgulho. Obrigada por nos iluminar com essa lucidez impressionante. Beijo!

    ResponderExcluir