12 de julho de 2010

Obscuros e twitteiros

Recebi do Galeno há poucos dias um livro, "A Arte de Escrever" de Schopenhauer, que logo nas primeiras páginas me fez sentir o tamanho do impacto que ele ainda pode causar e como é extremamente atual mesmo a obra tendo sido escrita no século 19.

Logo no prefácio me deparei com o resumo do autor para três problemas estilísticos da época, a falta de clareza, prolixidade e neologismos. O que impressiona não é a definição dos problemas, mas como eles se apresentam:

(...) em sentenças curtas, ambíguas e paradoxais, que parecem significar muito mais do que dizem.


Neste momento vesti a carapuça e percebi: O Twitter é assim. E deixando de fora a prolixidade que é técnicamente impossível na ferramenta a presença dos neologismos são igualmente difundidas.

Dou força à expressão "vestir a carapuça" pois percebi como acabo usando estes estilos e como me deixei contaminar. E continuei a recontaminar o ambiente.

Tudo isso nos dá noção de como uma mídia colaborativa se constrói somando, massificando e traçando uma média dentre os comportamentos, opiniões e estilos vindos literalmente de todas as direções. E lembrando a máxima da teoria da comunicação, média<->mídia.

Dá muito pano pra manga, não? Por isso recomendo que você também leia este livro.

Um comentário:

  1. Puts sempre imaginei Schopenhauer como um cara totalmente ácido, triste e depressivo.
    Mas nunca li nenhuma obra por inteiro (na verdade por medo, as pessoas tendem a temer a realidade - ainda mais - e sou - infelizmente, mas apenas por enquanto - uma delas... rsrs).
    Taí fiquei instigada, vou querer ler!! Nas férias de dezembro reserve-o para mim, pois pedirei emprestado.
    hahaha
    =]

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