Os últimos tempos estão sendo marcados pelo cerceamento da liberdade na Internet: Primeiro foi o Emílio Moreno, que foi processado por causa de um comentário anônimo no seu blog. Já mais tarde a condenada foi a Claudia Mello, por conta de uma opinião sobre um mau-atendimento médico.
A comunidade online se mobilizou: No caso da Claudia Mello foi criada uma Vakinha para arrecadar os custos da indenização. No momento que escrevo este post, quase 75% do valor necessário já foi arrecadado e o Emílio acaba de lançar mão do mesmo recurso para pagar a indenização.
O que me chama mais a atenção nestes casos e me motiva a escrever este post é observação do momento que vivemos e principalmente as consequências deles. Se por um lado a Justiça se mostra muito insatisfatória, por outro a mobilização das pessoas mostra uma evolução na percepção do nosso conceito de liberdade e de como ela é muito mais um direito adquirido do que dádiva gratuita.
Nestas horas me remeto à máxima "Não existe liberdade sem independência financeira" e como ela se aplica bem a este caso. Mais ainda como um ato de "desobediência civil"entre aspas, sem atitudes contrárias a serem resistidas, apenas o impor de um pensamento que nós fazemos questão da nossa liberdade e assumimos todas as consequências que ela nos trazer, mesmo que tenham sido injustas.
Paralelo a tudo isso, continuo refletindo sobre a situação do jornalismo nos nossos tempos. E cá entre nós, eu não consigo imaginar um momento histórico melhor para ser jornalista. Cabe até "parêntesiar" o espanto da minha irmã quando ficou sabendo que faria vestibular pra jornalismo: "Mas o diploma não caiu? Você não precisa disso!"
Nós não precisamos de diploma, mas também não precisamos passar longos plantões presos dentro de redações geladas. Podemos estar nas ruas, podemos ser independentes e principalmente, podemos estar nus. Nus diante ao desfile de interesses que envolve todo e qualquer negócio dentro de um sistema capitalista.
O jornalismo diante todas estas questões volta á suas origens e a sua essência, só que desta vez com muito mais armas capazes de vencer seu grande inimigo, a ignorância. Já não precisamos de grandes empresas, jornais impressos e cadeias de televisão pra dizer algo e ser ouvido. Por trás de um site, um blog ou um Twitter está alguém que responde diretamente pelos seus atos, sem editores para "podar", mas também sem couraças legais e financeiras que o protegeriam. Estamos livres e assim sendo pagando todos os encargos que isto nos trás. O que nos leva de volta a reflexão anterior da "resistência civil". Vamos ter que pagar pelo preço da nossa liberdade, de alguma forma. E que bom que assim seja apenas no sentido econômico.
Como disse Falcão, "A liberdade é um pássaro voando com gaiola e tudo"
E depois ainda dizem que o Falcão é brega...ele é filósofo!
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