8 de dezembro de 2008

Música: A de antes, a de hoje e a de daqui a pouco.

Nos últimos dias, no meio da confusão das compras de final de ano, contatei um fato que há tempos ficava só no campo da teoria: As lojas de CD praticamente foram exitintas do centro da cidade. Duas fecharam, uma se concentrou como sebo e outra passou a vender mil bagulhos com somente só uma estantezinha com discos.

Ao desavisados gritam: "A indústria fonográfica está afundando! A música vai acabar!" Mas eu digo que não.

A indústria fonográfica pode até subir no telhado (nada que nos livre dos funks ridículos que aparecem sazonalmente, infelizmente) mas a música não vai morrer. Até porquê quando o homem aprendeu a fazer música, as gravadoras nem existiam.

Vejam o exemplo desse cara, um sucesso absurdamente viral com sua sarcástica canção sobre o Twitter:



Como ninguém é digno se não estiver no Twitter, Ben Walker lógicamente tem o seu. Nele foram narrados todos os acertos e tropeços da sua nova empreitada, o seu novo álbum, que agora está pronto. Em formato digital. E você já pode comprá-lo, pagando o valor que quiser, tal como foi com o caso do 'In Rainbows' do Radiohead.

Ben faz parte da chamada classe média musical. Aquele artista que está entre o completo desconhecimento e as multidões de lotar estádios de futebol.

Ben Walker já sacou qual é a jogada. Vender música hoje é muito mais do que um simples sampler de áudio, é uma experiência. Apesar de estar já muito desgastada pelo 'propagandês' moderno, experiência é o que melhor define o "Case Ben Walker". Você também acha que a Internet tranformou muito lixo em cultura? Você odeia as manhãs? Você acha que um cara extremamente despenteado narrando as mazelas que todo mundo percebe diariamente falaria muito sobre você mesmo? Pois bem, é com essa empatia e proximidade com o público (através de rede sociais, do blog e do Twitter) que ele conquista sua identificação. E só depois ele vende seu produto, a música.

Essa classe média que não tem como sonho de consumos iates e mansões, mas poder viver e sobreviver da sua arte. Talvez consiga. Odiando as manhãs ou não.


E que sirva de lição pra todas aquelas lojas de discos que um dia enfiaram a faca na nossa carteira.


** Como na blogosfera nada se cria, tudo se recicla, esse post também não existiria se a Pati não tivesse encontrado essa música no Blip e narrado no blog.

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