29 de abril de 2011

Receios e neuras

O ser humano não trabalha com números absolutos. Toda informação é obtida através de comparações. Os exemplos que vivemos e convivemos ajudam a criar a nossa noção de sucesso e fracasso que só alguns choques culturais são capazes de mostrar como foi construída.

Fui muito tímido na infância, do tipo incapaz de comprar pão na padaria por não saber o que dizer para a balconista. Era chamado de "bicho do mato" pelos meus pais. Isso formou uma idéia muito forte na minha cabeça de que qualquer coisa que as pessoas fizerem vai ser mais desenvolto do que qualquer esforço que eu fizer, por maior que seja.

Aí um dia falam pra mim que eu me enturmo muito bem com as outras pessoas.

Em outro ponto da mesma questão, em uma conversa há alguns dias, me perguntaram se eu não sentia receio de me mudar para São Paulo. "Olha, eu sentia receio de ir comprar pão na padaria, então se uma coisa pode ser resolvida porque a outra também não?"

Eu só saí do extremo dos receios praticando. E praticando tudo ficou mais fácil, como se houvessem apenas um "TER" e "NÃO TER" dessa situação e não graduações e intensidades.

É como exagerar nas tintas, mas ao invés de fazer isso para aumentar o problema se faz para aumentar a solução.

Se faz necessário. A gente tem que carregar nas tintas porque a vida é de fato impressionista e impressionante.

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