Quem vê minha bio no Twitter pode não ter noção de como ela me traduz, mas dia após dia, entre as conversas e lições diárias reforço ainda mais esta certeza.
Eu amo conhecer o passado, mas ao contrário do que possa parece não sou apegado e nem quero me apegar a ele. Não vejo perspectivas para minha vida, pois não vejo caminho previamente traçado. Tudo que eu faço pode mudar de um dia pro outro como o vento vira as páginas de um livro. Não é uma decisão acertada, ou recomendável, muito menos inteligente, mas é assim que funciona. Não quero perder meu limitado tempo de vida pensando em mim. Eu sei que irei embora um dia e o tenho constatatado que o mais importante serão as histórias que deixarei registradas, tanto as que vivi como aquelas que presenciei. Deixarei documentos, fatos e histórias pois a memória é a única forma de imortalidade que existe.
Medo da morte eu tenho como todo mundo, e muito. Está dentro do meu pacote-combo de neuras que me acompanha e me atormenta desde sempre. Mas ele pertence a uma parte de mim da qual não estou falando agora. Pertence a minha parte de defeitos que como uma docotomia entre razão e emoção aceitei como parte da sina de viver.
Refleti muito nos últimos tempos no que faz uma pessoa insistir em se apegar ao passado e acabei chegando num ponto-chave: Reconhecimento. Algo que buscamos intensamente ao mesmo tempo nos escraviza. Pense nos grandes mestres das artes, da literatura que só foram reconhecidos muito tempo depois da sua morte. Pense naqueles que sofreram e tornaram sua existência mais triste e complicada na espera deste reconhecimento. Por isso me fiz questão de viver livre disto.
Digo sempre - e repito mais uma vez - que compreendi o caminho que escolhi e nas implicações que ele terá, de como ele é difícil e de toda rejeição social que ele carrega. Dizer não a necessidade de aplausos e do reconhecimento público se tornou a melhor forma de encarar o tal caminho.
Repito todos os dias para mim mesmo que não busco reconhecimento, apenas conhecimento. Novas histórias para viver e contar, para que quem venha depois de mim possa compartilhar das mesmas. O resto é vida que segue.
6 de abril de 2010
Eu conto histórias
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