Não reclamo porque já estou acostumado. É muito comum aparecerem visitas em casa enquanto eu estou dormindo e me deparar com elas estando com a cara amassada do sono. Mas antes disso acontecer é sempre bom ficar ouvindo as conversas da sala e potencialmente escutar o que as pessoas falam de você quando acham que você não está ouvindo. A de hoje foi que a vizinha estava perguntando pra minha mãe se eu já estava dirigindo, porque viu alguém muito parecido comigo dirigindo um Ford Ka estes dias na cidade. Minha mãe respondeu que não, eu não dirijo. A vizinha complementou dizendo que torcia muito pra que eu tirasse carta logo, tivesse um carro porque quem não tem um carro hoje em dia é uma pessoa discriminada, não é levada a sério pelos outros.
Quero deixar claro que não tenho raiva desta vizinha, muito pelo contrário. Ela é uma pessoa muito sincera e que também tem muitos problemas com outras pessoas justamente por causa disso, pela não aceitação alheia das ideias que ela coloca pra fora. Eu a admiro e a compreendo, porque se eu não aceitar tudo que as pessoas falam, com que direito vou querer que os outros aceitem as verdades e vontades que eu disser? Seria muita hipocrisia.
Mas cada cabeça é uma sentença. Ela pode estar com toda razão no diagnóstico mas eu não concordo com o tratamento. É chover no molhado alguém vir me falar sobre discriminação e exclusão. Eu já me 'pós-graduei' neste assunto. Mas isso não significa que entreguei os pontos e resolvi jogar o jogo da maneira que a maioria quer.
A vida é composta de muitos caminhos e é natural do ser humano buscar o mais fácil, o mais conhecido. Não quero julgar ninguém pelas escolhas que faz só por elas as serem as mais fáceis, só não quero que façam as minhas a minha revelia. Estou mais do que consciente do preço que vou pagar por querer ir contra a corrente, e favor queiram entender isto, é um coisa boa! Posso estar enganado, mas tudo dentro de mim me diz que vai ser uma coisa boa.
Como bem disse o Thiago, não se deixe intimidar.
7 de março de 2010
No reflexo
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