O Big Brother Brasil foi certeiro na hora de fazer seu elenco: Chamou uma pseudo-celebridade do Twitter e homossexuais. Creio que eles já sabiam como estes públicos se coincidem.
Nestas horas eu parei pra me perguntar: Porque será que o público homossexual é tão presente no Twitter?
Creio que se deva muito a democracia que o Twitter traz, principalmente na democracia da informação. Bons jornalistas souberam enxergar isto e saber tirar proveito desta fonte, porque sabem que a verdade não precisa de controle, ela flui naturalmente. O público gay percebeu isto e soube aproveitar a voz democrática que a ferramenta proporcionou.
Mas todos nós temos recaídas. Em vários momentos deixamos de pensar por nós mesmos e seguimos os instintos buscando receber alguma aprovação de terceiros, provar algo para alguém. Foi o que pude observar assistindo de longe a trajetória da edição 2010 do BBB, pessoas que buscavam reconhecimento da sociedade, como um troféu moral, a vitória de um "representante" (entre aspas, porque BBB não é política) dentro do tal reality show.
Na véspera da final do programa, numa incrível coincidência de datas, o cantor Ricky Martin assumiu sua homossexualidade através de uma nota em seu site, no qual o texto viria a calhar muito bem para a moral da história que iria se concluir na terça feira:
Que escrever essas linhas é a conquista da minha paz interior, parte vital da minha evolução. Hoje ACEITO MINHA HOMOSSEXUALIDADE como um presente que a vida me deu. Me sinto abençoado por ser quem sou!
(traduzido por Rosana Hermann)
Ricky falou muito sobre paz interior, algo fundamental para viver bem. Por ser interior não depende de aprovação externa.
Sem trocadilhos com um outro habitante da casa, se o Dourado ganhou, "dai a César o que é de César". Não é necessária uma coroação em rede nacional para conseguir o objetivo de criar uma sociedade em um ambiente mais plural. Pelo contrário, só piora.
O Big Brother é um jogo, um entretenimento sem nenhum objetivo educacional (ainda bem!) e acima de tudo um fenômeno sazonal do nosso país. Tudo ali rapidamente no esquecimento, tanto os maus aspectos quanto os bons aspectos. Nós precisamos de lições que realmente fiquem. Nisso o Twitter teve e tem um papel muito mais importante.
Para mim fica muito mais o aprendizado de ter conhecido novas idéias, novos pontos de vista e novas pessoas pelo Twitter, que me ensinaram e ganharam meu respeito ndependente da sua orientação sexual muito mais do que qualquer personagem de programa de TV. E claro, sem usar script.