29 de agosto de 2012

Paraolimpíadas ou paralimpíadas?

Giant Paralympic Agitos on Tower Bridge


Hoje, quarta-feira, começam as Paraolimpíadas 2012. Ou seriam "paralimpíadas"? Muito provalvelmente você também foi pego de surpresa com essa confusão do nome que não foi explicada por nenhum veículo de mídia (Não que eu esteja sabendo, pelo menos). Então vamos lá:


A grafia mais adotada em inglês é "paralympic", apesar de também acontecerem ocorrências do termo "paraolympic". A confusão entre os termos se deve muito ao fato de entre 1960 e 1988 o evento não adotar o nome pelo qual é conhecido hoje. "Paralympic" foi um termo cunhado pela imprensa, muito provavelmente da junção das palavras "paraplegic" e "Olympics".


Apesar de oficializado em 1988 em Seul, o nome "Paralympic" não se refere a "paraplegic" e sim ao prefixo grego 'para' que significa paralelo. A inclusão de diversos outros grupos de deficiências dentro dos jogos tornou essa referência inapropriada.


E o 'paralympics' e 'paraolympics', como fica?


Outras questões pesaram na escolha do "paralypics" e seus derivados em outras línguas como grafia oficial adotada pelo Comitê Internacional. A primeira é a questão do hiato, o encontro da a vogal A com a vogal O, que dificulta a pronúncia do nome em algumas línguas. A segunda é comercial. Com a prefixação acontecendo da palavra "Olympics" o Comitê Internacional Paralímpico poderia ter problemas pelo fato da palavra ser registrada como uma marca do Comitê Olímpico Internacional.


Por conta disso há a preferência pela grafia "paralympics" e consequente recomendação para que os demais comitês nacionais adotem uma versão semelhante.


Na língua portuguesa


Apesar de estudos apontaram para "paraolímpico" como sendo a versão mais correta, tanto o comitê brasileiro quanto o português adotaram "paralímpico" no nome, seguindo a recomendação do Comitê Internacional. E como visto a imprensa também adotou. Só não contou essa pequena-longa história que você aprendeu hoje. :)


Para saber mais, veja o documento do IPC sobre o assunto.



25 de agosto de 2012

Palitos da discórdia

Um dos assuntos dominantes nessa semana foi a página do Facebook da Gina indelicada e todas as consequências e complicações deste assunto. Gostaria de adicionar apenas alguns comentários.


O primeiro é observando as críticas de que não é um humor original, que repete um estilo que se encontra em qualquer lugar "vendido" sobre uma nova forma. O fato é que tudo no humor segue essa mesma lógica, esse mesmo esqueleto. Humor é sempre humor, só ganha novas embalagens (e não me refiro a Gina garota-da-caixa). Se cabe alguma genialidade ao autor nessa confusão certamente foi a de colocar tudo isso sob uma "marca" interessante. Por mais que isso seja cruel para todos que produzem conteúdo a forma é sim muito importante. É como o produto se entrega. A logística é bem mais importante do que as pessoas tem julgado.


O segundo é notar como esse humor baseado no mau humor vem se tornando um padrão. Ninguém escapa do mau humor. Faz parte da vida. Mas transformar isso em mercadoria principal é o tipo de "alimento intelectual" diário que eu não creio ser benéfico pra alguém.


Já que falei tanto de humor, e ao mesmo tempo não quero julgar se é certo ou não, apenas expus minha opinião, vai um vídeo que vai de cada um achar se é correto ou não: Adam Hills, comediante australiano, falando sobre paraolimpíadas. Informação adicional: ele nasceu sem parte de uma perna.



UPDATE: O Eden Wiedemann falou sobre o assunto.